Beyond NEET

Promoção da Inclusão Social de Jovens através do Voluntariado

Beyond NEET capacita mutualidades para o voluntariado

A capacitação das mutualidades é um objetivo central da UMP. Espinho acolheu esta terça-feira, 14 de março, uma jornada de capacitação das mutualidades no domínio do voluntariado, como instrumento de inclusão social de jovens NEET (que não trabalham, não estudam, nem estão envolvidos em ações de formação). Ministrada por Paula Correia e Diana Cleto, técnicas da CASES (Cooperativa António Sérgio para e Economia Social), esta formação enquadra-se no projeto Beyond NEET, desenvolvido pela UMP e pelo seu parceiro irlandês Irish Rural Link, ao abrigo do programa Erasmus +, que conta com financiamento da União Europeia.

O Presidente da UMP, Luís Alberto Silva, abriu a sessão, dirigindo uma mensagem aos participantes, na qual salientou a importância do voluntariado nas organizações sociais, principalmente num movimento que tem a solidariedade e a ajuda mútua como valores fundamentais.

Esta formação é uma componente determinante do projeto Beyond NEET, que começou por workshops com jovens portugueses e irlandeses que permitiram constatar a sua “alta predisposição” para participar em ações de voluntariado.

Num questionário que preencheram durante o workshop, os jovens portugueses manifestam maior interesse em aderir ao voluntariado na área dos animais e meio ambiente (25%), idosos (16,7%) infantil (16,7%) e sem abrigo (16,7%).

Neste questionário, 40% dos participantes revelaram sentir-se excluídos das políticas que influenciam o seu quotidiano e o seu futuro e, ao nível das competências pessoais e profissionais, esperam desenvolver uma atividade na área informática, ser “melhor pessoa” e evoluir do ponto de vista do desenvolvimento emocional. E mais de 66% destes jovens gostariam de trabalhar numa organização social.

Outra ação desencadeada no âmbito do projeto Beyond NEET foi auscultar organizações da sociedade civil, como as mutualidades. 58% das entidades que responderam ao inquérito revelaram desconhecer os requisitos legais subjacentes à prática do voluntariado e mais de 83% não têm um plano de voluntariado definido ou implementado na instituição. A falta de recursos, de conhecimento, o receio de criar expectativas e os custos são alguns dos motivos invocados.

Importa reter que 74% das organizações admitem que gostariam de desenvolver um plano de voluntariado ou aceder a uma bolsa de voluntariado.

A participação de jovens inativos ou desempregados na instituição, através do voluntariado, é vista como uma oportunidade de aumento do compromisso social, de entreajuda, em áreas como a ação social, ensino ou formação, apoio e interação com idosos e pessoas que vivem sós, na comunicação e divulgação externa da instituição e dos seus serviços.

Aliás, 35,5% das organizações afirmam ter integrado na instituição voluntários que participaram em ações de voluntariado por si promovidas.

Para desenvolver o voluntariado nas suas instituições, as inquiridas consideram que precisam de reunir condições para disponibilizar um trabalhador para formar estes jovens, de conhecer melhor os requisitos legais e, entre outros de algum tipo de apoio que reforce o compromisso entre as partes, e o reconhecimento por parte das entidades públicas e das horas de formação ministradas aos jovens voluntários.

E foi perante estes resultados que a União das Mutualidades Portuguesas decidiu promover a capacitação das associações mutualistas na área do voluntariado, de forma a poderem desenvolver e implementar planos de voluntariado inclusivo.

O projeto Beyond NEET prosseguirá com uma jornada de capacitação das organizações da sociedade civil irlandesas e um seminário final, no mês de junho, em Portugal e na Irlanda.